E chegou a hora da verdade para o New York Knicks e
o Indiana Pacers!
As Finais da Conferência Leste de 1994 começaram mornas nas duas primeiras partidas em Nova York, foram se tornando interessantes após os
Pacers empatarem em Indianápolis, mas ainda faltava algo, faltava drama.
E foi isso que tivemos na quinta partida depois do festival
de cestas de três pontos de Reggie Miller no último quarto. Quando todos
pensavam que os Knicks estavam acabados, John
Starks lidera a reação do time, os Knicks superam a pressão da torcida em
Indiana e a série está empatada.
A sétima partida acontece no final de tarde de
domingo no Madison Square Garden, sete horas, hora local, com transmissão para
todo o país pelo canal NBC.
Antes da partida, Dave Checketts, presidente dos
Knicks havia pedido à NBA se ele poderia colocar o troféu no vestiário dos
Knicks, mas Riley vetou achando que poderia deixar os jogadores nervosos.
Agora pare de
ler e dê o play no vídeo abaixo:
Assistiu?
Agora me diz essa intro da NBC não era empolgante? Não tinha nenhum Pitbull,
Pharrell ou algum artista modinha. E no final do vídeo? Os jogadores ainda estavam
aquecendo e a torcida agitando as toalhas? O Garden em 1994 era incrível
demais.
Agora tem
outro vídeo para assistir e sentir o clima: as apresentações dos jogadores (detalhe
para a “simpatia” do Riley no final).
Antes de a
partida iniciar pra valer começa a tocar “New York New York” de
Sinatra, a torcida cantava como se fosse um concerto no Garden!
Vamos ao jogo:
A história favorecia os Knicks, afinal desde que os
76ers eliminaram os Celtics no Boston Garden em 1982, foram 18 vitórias
seguidas do time da casa na sétima partida.
Os Knicks abrem quatro pontos de diferença, mas
após três erros seguidos os Pacers passam a frente com sete pontos seguidos e
lideravam por três pontos. Liderados por John Starks que acertou duas cestas de
três pontos e Patrick Ewing dominando nos rebotes, os Knicks terminaram o
primeiro quarto liderando por 24 a 23.
New York começou melhor no segundo período abrindo
seis pontos de vantagem, mas o veterano Byron Scott marcou 13 pontos, acertando
os seus cinco arremessos e Indiana passou a frente, abrindo uma diferença de
cinco pontos.
Os Knicks chegaram a empatar a partida, mas no
intervalo os Pacers tinham quatro pontos de vantagem, 51 a 47. Além dos 13
pontos de Scott, Reggie Miller teve 14 pontos, convertendo 5-7 arremessos, 2-2
de três pontos.
Starks foi o cestinha dos Knicks com 12 pontos,
Ewing teve 11 pontos e pegou 11 rebotes no primeiro tempo, mas no segundo
quarto os Knicks não conseguiam envolve-lo no ataque por causa da defesa dos
Pacers.
Os Pacers tiveram um aproveitamento de 68% nos
arremessos de quadra no primeiro tempo, enquanto que os Knicks tiveram 45%. Pat
Riley disse aos jogadores do Knicks para melhorarem na marcação, tirar a visão
dos jogadores de Indiana na hora do arremesso.
Mas parece que o discurso de Riley não havia
funcionado, logo nos primeiros minutos do terceiro quarto os Pacers abrem 11
pontos de vantagem. Os Knicks não conseguiam converter seus arremessos e para
piorar, na briga por um rebote na posse dos Knicks, Ewing comete a sua quarta
falta na partida. Riley toma uma decisão arriscada: mantém o pivô no jogo.
A diferença chega a 12 pontos, mas a reação do New
York inicia. O Madison Square Garden acorda após Anthony Mason converter uma
bandeja depois de duas tentativas e dois rebotes ofensivos, a diferença caia
para sete pontos a aproximadamente três minutos para o final do período.
Após alguns erros de ambos os times, Ewing pega o
rebote de um arremesso não convertido por Mason e a diferença agora é de apenas
cinco pontos, nesse ponto são nove pontos dos Knicks contra apenas dois dos
Pacers.
Os Pacers chagaram a fazer marcação tripla em Ewing,
mas não conseguem parar o pivô que converte a cesta e sofre a falta levando os torcedores
no Garden ao delírio, a diferença agora é de apenas dois pontos.
Indiana consegue ampliar a diferença para quatro
pontos, 71 a 67, no final do terceiro quarto.
Logo no começo do último quarto, Miller erra uma
cesta de três pontos, Ewing também erra, na posse dos Pacers, Derek Harper
intercepta um passe e Hubert Davis marca uma fácil bandeja para diminuir a
diferença para dois pontos novamente.
Derrick McKey converte um arremesso de três pontos
que não deveria ser marcado pois estourou os 24 segundos de posse de bola,
lembre-se, isso era 1994.
Mason converte para os Knicks e em seguida Ewing
bloqueia o arremesso de McKey e em seguida Harper empata a partida com uma
cesta de três pontos a aproximadamente nove minutos e meio para o fim.
Rik Smits não converte para os Pacers e o rebote
fica com Ewing, Harper tem a chance de colocar os Knicks na frente, mas erra o
arremesso e desta vez o rebote fica com Smits. Mas depois de mais um arremesso
que os Pacers não converte, Ewing fica com o rebote e faz um longo passe para
Harper que partia no contra-ataque e o armador desta ver converte e os Knicks
lideram por 76 a 74 e oito minutos e meio para o fim.
Os Pacers não conseguiram manter o mesmo
aproveitamento do primeiro tempo e após uma cesta de Mason os Knicks tem cinco
pontos de vantagem.
Ewing e Antonio Davis lutam por um rebote e a
arbitragem dá falta dupla. É a quinta falta do pivô dos Knicks, Pat Riley não
tem dúvida: ele fica em quadra!
Reggie Miller converte um arremesso de três pontos
para diminuir a vantagem dos Knicks para dois pontos.
Ewing segue agressivo na defesa mesmo com cinco
faltas, Charles Oakley converte um longo arremesso de dois pontos para aumentar
a diferença para quatro pontos, McKey responde com uma cesta de três pontos e a
diferença é de apenas um ponto.
Ewing converte um arremesso do perímetro e a
diferença é de três pontos, 89 a 86 a dois minutos do fim. Miller diminui para
um ponto e em seguida os Pacers recuperam a posse depois da arbitragem marcar
uma andada de Oakley.
Rik Smits desperdiça a chance de colocar os Pacers
na frente no placar, mas os Knicks não executam bem o seu ataque e perdem a
posse após o arremesso de três pontos de Starks não dar aro quando o relógio de posse de bola estava zerando.
Indiana tem a posse com 47,8 segundos para o
término da partida, Oakley vai ajudar na marcação de Miller no perímetro e Dale Davis fica livre no
garrafão, Haywoode Workman faz um passe preciso, mas por pouco Ewing não
consegue bloquear a enterrada do jogador dos Pacers.
Deveria ser
falta de Ewing, mas deixa quieto, fica só entre nós, OK?
Indiana na frente: 89 a 88 a 34,5 segundos, Riley
pede tempo.
A expectativa era por um pick-and-roll entre Starks e Ewing. Oakley repõe a bola para
Starks, ele passa pelo corta-luz de Ewing, Miller ficou para
trás, então ele parte para a infiltração pelo lado direito, Antonio Davis que
estava em Ewing hesita em partir para cima de Starks, com medo de um provável
passe para Ewing e deixa o corredor livre. Dale Davis coloca o seu corpo para
dificultar a bandeja de Starks e ele erra.
Mas enquanto os jogadores dos Pacers prestavam
atenção em Starks, nenhum deles percebe Ewing infiltrando pelo centro e ele
fica livre para pegar o rebote de ataque e fazer a enterrada que não somente
colocou os Knicks na frente, mas ficou eternizada como um dos momentos mais
marcantes da história da franquia.
Starks após a jogada pensou: “Oh, meu Deus.
Obrigado Big Fella.”
Knicks na frente, 91 a 90 a 27,1 segundos para o
fim!
Os Pacers não pedem tempo, a bola vai para Reggie
Miller que arremessa do perímetro, Oakley sai do garrafão para ajudar Starks na
marcação e o arremesso de Miller nem dá aro. A bola vai para fora e é dos
Knicks a 4,3 segundos do fim.
Anthony Mason repõe a bola para Starks, Miller faz
a falta praticamente instantaneamente, o Garden está enlouquecido, Ewing
comemora com torcedores na primeira fila, inclusive abraçando um deles.
Para a surpresa de todos, a arbitragem dá uma falta
flagrante no jogador dos Pacers, Starks converte um dos dois arremessos e a
bola segue com os Knicks.
Novamente a bola vai para John e ele sofre falta,
desta vez comum. Ele converte os dois lances livres e os Knicks têm quatro
pontos de vantagem a 2,8 segundos, Larry Brown pede tempo.
Nesse momento a festa do Garden é demais, somente
uma jogada de quatro pontos impede o término da partida.
Workman tenta um arremesso de três no desespero e
novamente nem dá aro, a bola para nas mãos de Oakley e o cronômetro zera.
Placar final: Pacers 90, Knicks 94.
Ewing abre os braços, imagem que ficou eternizada
pelo fotógrafo dos Knicks, George Kalinsky. Jogadores comemoram em quadra.
Reggie Miller cumprimenta Spike Lee.
Um das maiores performances em playoff do pivô dos
Knicks: 24 pontos, 22 rebotes, 11 rebotes no ataque e cinco bloqueios.
John Starks teve 17 pontos, Harper terminou com 16 pontos
e cinco assistências, Oakley teve 14 pontos e oito rebotes e, vindo do banco, Mason
terminou com 12 pontos e 10 rebotes.
Reggie Miller liderou os Pacers com 25 pontos, 7-17
arremessos convertidos, 3-4 de três pontos. Byron Scott terminou com 17 pontos,
6-7 arremessos convertidos.
Pela primeira vez em 21 anos os Knicks retornavam
para as Finais da NBA.
Antes de sair de quadra, Ewing pulou na mesa dos
marcadores encarou a torcida e esticou os seus braços e gritou em um momento de
catarse. Depois de anos de muitas frustrações, o pivô e a torcida dos Knicks
celebravam.
Se era possível para um homem abraçar 19.763 pessoas, Ewing conseguiu na noite de 5 de junho de 1994.
Informações e fotos obtidas dos livros: “New York Knicks: The Complete Illustrated History”, “100 Things Knicks Fans Should Know & Do Before They Die”, ambos de Alan Hahn, “Garden Glory: An Oral History of the New York Knicks” de Dennis D'Agostino e “The New York Knicks: The Official Fiftieth Anniversary Celebration” de George Kalinsky.
Se era possível para um homem abraçar 19.763 pessoas, Ewing conseguiu na noite de 5 de junho de 1994.
Informações e fotos obtidas dos livros: “New York Knicks: The Complete Illustrated History”, “100 Things Knicks Fans Should Know & Do Before They Die”, ambos de Alan Hahn, “Garden Glory: An Oral History of the New York Knicks” de Dennis D'Agostino e “The New York Knicks: The Official Fiftieth Anniversary Celebration” de George Kalinsky.
E ai Carlos tudo bem? sensacional como voce descreveu este momento mágico do nosso Knicks, pena a final não termos saído como campeões, quando lembra daquela final me dói até hoje, bacana, espero que continue postando histórias estupendas como esta do New Yprk Knicks, tem alguma novidade sobre nosso herói ou ex-herói Carmelo Anthony? rsrs, o que p seu feeling diz? Forte Abraço!
ResponderExcluirQue bom estás gostando, foi realmente um grande momento do nosso time, e sim, continuarei com os posts, vou falar da Final que não teve um desfecho feliz, mas fazer o quê?
ExcluirQuanto ao Carmelo, nada novo, temos que ver se é definido quem vai ser o novo treinador, espero que nas próximas semana já seja definido, aí a próxima etapa e descobrir o que será do Melo, mas só em julho. Acho que ele fica.
Grande abraço!
valeu velho, adoro ver os posts aqui do nosso Knicks, gosto muito do blog, nosso Knicks esta fazendo falta sem ver os jogos, espero que passem rapido as férias.
ExcluirSobre os jogos com o Rockets eu tenho comigo que subestimamos eles quando fizemos 3x2 o que vc acha?
Grande Abraço!
Cara, eu tenho raiva do rockets até hoje, só de lembrar daquele time (vernon maxxell, mario elie, keny smith, e o monstro h. olajuon), aquela série foi dolorida demais.
ResponderExcluirFoi muito dolorida mesmo, o pior é que terei que "revisitá-la" neste fim de semana para fazer os posts, mas faz parte, "ossos do ofício" hehehehehe
ExcluirAcho que subestimamos eles, quando ganhamos o 5º jogo e fizemos 3x2 senti que o time achou que não perdia mais o campeonato, ai veio o 6° jogo com aquela cesta perdida inacreditavelmente pelo Starks, me dói até hoje, aquele timaço que tinhamos merecia um título. Grande Abraço!
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