segunda-feira, 3 de junho de 2013

Recordar É Viver: O Início de uma Paixão (e uma Rivalidade)

Ando meio sumido do blog e do twitter, mas estou vivo! Vou iniciar uma série de posts relatando os meus primeiros anos seguindo o New York Knicks, uma oportunidade para quem começou a torcer mais recentemente saiba como era ser torcedor nos 90 e quem já torcia na época entrar na nostalgia...

Links para os outros posts da série:


A primeira vez que eu vi NBA acredito que foi no final dos anos 80, início dos 90, melhores momentos de jogos mostrados pelo Esporte Espetacular no sábado à tarde (sim, antes passava sábado à tarde), lembro até hoje da música que usavam de fundo e que a maioria dos jogos mostrados eram do Los Angeles Lakers.

Mas nessa época ainda não havia me chamado atenção, lembro do Magic Johnson revelando ser HIV positivo, de que Michael Jordan se tornou o melhor jogador do mundo e que o Chicago Bulls era o time que vencia tudo nos começo da década de 90... Mesmo assim não tive nenhuma vontade assistir algum jogo.

O tempo passa e em janeiro de 1997, estava em casa de tarde nesse dia, e o meu irmão estava vendo o VT de um jogo que havia acontecido na noite anterior passando na ESPN, a partida já havia terminado, só vi o resultado final, lembro até hoje que foi uma derrota do New York Knicks por um ponto para o Chicago Bulls.

Lembro dele falando que ele gostava do Knicks e que o melhor jogador do time era o Patrick Ewing. E ficou por isso mesmo.

Depois lembro de uma reportagem do Sportv no começo de abril chamando a torcida do Knicks de “a mais fanática da NBA” e o Knicks mais uma vez tinha perdido para o Bulls, desta vez por dois pontos. Parecia um sinal para eu não torcer pro Knicks, mas eu já conhecia o Bulls como todo mundo nos anos 90 e nunca me interessei em torcer por Michael Jordan e cia.

Mas não foi aí que começou, no mês seguinte, no dia 7 de maio, uma quarta-feira, estou assistindo TV com o meu irmão e ele coloca na TNT porque ia ver o primeiro jogo entre Knicks e Heat nos playoffs de 1997.

Em primeiro lugar o que chamou a atenção foi a dupla da TNT, Marco Túlio Reis e Fábio Malavazzi. O jeito do Marco falar era muito engraçado, pronunciava corretamente os nomes dos jogadores, mas não era irritante que nem um certo comentarista e ele tinha bordões que marcaram como “um chuá na NBA” (pronúncia dele era: “Êne Bê Á”) entre outros.

E o jogo? O Knicks jogou muito bem a partida, dois jogadores se destacaram: Alan Houston e, claro, Patrick Ewing. Mas não foram somente os dois que me chamaram a atenção: Charles Oakley, Larry Johnson, John Starks (o sexto homem da temporada 96-97).


Para quem quiser ver o elenco do Knicks nos playoffs de 1997 a partir de 3:45 do vídeo abaixo todos os jogadores, inclusive os reservas, são apresentados no Madison Square Garden para a primeira partida na Primeira Rodada contra o Charlotte Hornets:


Voltando ao jogo na Miami Arena, conforme a partida ia progredindo eu ia gostando do time, a maneira como jogava e para ajudar, Patrick Ewing deu um show, uma aula para o Alonzo Mourning incluindo uma enterrada monstruosa.


Ao final do jogo vitória convincente do Knicks e sem perceber eu já gostava desse time.

O jogo seguinte foi dois dias depois e acho que eu não assisti completo, mas lembro que desta vez passou na ESPN Internacional e que o Knicks perdeu. Naquela época a ESPN ainda era em inglês pela Net de Florianópolis, somente a partir da temporada seguinte ficou em português.

Agora eu não lembro se o terceiro jogo, que foi no domingo a tarde, passou na ESPN, mas no youtube é possível encontrar a partida completa, abaixo a abertura com um resumo dos dois primeiros jogos e em seguida o mais mítico tema da TV americana:


Vale a pena assistir o jogo inteiro, Miami começa melhor e parecia que iria recuperar o mando de quadra, mas o Knicks reage e a partida segue equilibrada até o fim. Muita defesa, quem é fã da NBA atual talvez não goste muito, mas pra mim é uma partida muito empolgante.

Quem não quiser assistir a partida inteira, abaixo o final do jogo, destaque para a partir de 2:26, Miami tem a bola e perde por 76-73 com 13,4 segundos para acabar e Tim Hardaway arremessa para empatar mas leva um bloqueio de Patrick Ewing que garante a vitória do Knicks e a liderança da série por 2 a 1.


E a vibração de Ewing após o bloqueio? Não tem como não ficar empolgado com isso, ele era incrível demais!

O quarto jogo, na segunda foi transmitido, não sei se foi ESPN ou TNT, mas tenho certeza porque eu tive a chance de ver um jogo no Madison Square Garden. Ver o Knicks jogando em casa foi incrível para mim. O órgão tocando para a torcida gritar “Defense”, a arena em si... Gostei demais, mesmo vendo pela TV a gente percebe como é o clima no Garden.

O Knicks venceu mais um e liderava a série melhor de sete jogos por três a um, bastava mais uma vitória para avançar para a Final de Conferência, contra o Bulls que no dia seguinte à vitória do Knicks despachou o Atlanta Hawks e vencia sua série por quatro a um.

Quarta de noite e lá estamos eu e meu irmão para vermos o quinto jogo a série em Miami. O Knicks começou muito mal, errando muitos arremessos e o Heat abriu vantagem. Mas o Knicks reagiu e equilibrou a partida.

Os dois times não acertavam nada, era muito tenso, o Knicks tinha chances de abrir vantagem, mas não conseguia.

No segundo tempo o Heat parecia determinado a evitar sua eliminação e o Knicks teria que terminar o trabalho no Madison Square Garden. O time da casa abre vantagem no placar e a partida já era para o Knicks.

Eu pensava que não tinha problemas, sexta em casa o Knicks venceria...

Mas com pouco menos de dois minutos para o fim (O P.A. era o mesmo de hoje me dia, mas não época não gritava o irritante “Dos Minutos”), o placar era 86-74 para o Heat e Tim Hardaway cava a falta de ataque em um “screen” de Oakley e em seguida o jogador do Knicks e Alonzo Mourning se estranharam, Oakley foi expulso, era uma prévia do que estava por vir...

Hardaway está cobrando os lances livres, então Charlie Ward e P.J. Brown começam a brigar pelo posicionamento do rebote e o jogador do Heat pega o armador do Knicks pela cintura e literalmente o joga para fora da quadra.

Ward reage e parte para cima de Brown e o caos inicia na quadra com jogadores dos dois times tentando separar. Isso aconteceu bem na frente do banco do Knicks, logo, vários jogadores saíram do banco e foram para a quadra.


Ironia do destino: P.J. Brown ganhou o J. Walter Kennedy Citizenship Award em 97 e Charlie Ward sempre foi conhecido por ser muito religioso.

Os dois jogadores foram expulsos da partida, assim como John Starks que estava no banco na hora que a confusão iniciou. Ao final vitória do Heat por 15 pontos.

Mas pior que a derrota, foi descobrir que cinco jogadores do Knicks, todos parte da rotação do time, foram suspensos por saírem do banco. Ewing, Houston e Ward ficariam fora do jogo 6 e Johnson e Starks fora do jogo seguinte (jogo 7 contra Miami em caso de derrota no jogo 6 ou o jogo 1 da Final do Leste contra Chicago).

A associação dos jogadores chegou a entrar com uma ação junto à Corte de Nova York para cancelar as suspensões de Ewing e Houston, mas o juiz negou. A regra da NBA proíbe que jogadores entrem na quadra, se isso acontece o jogador infrator é punido automaticamente com um jogo de suspensão.

O jogo no Garden foi difícil de assistir, passou na ESPN. O Knicks tentou, mas sem seus dois principais pontuadores fora não deu para vencer. A coisa estava tão feia que até o Scott Brooks jogou. Vitória do Heat por cinco pontos e o jogo sete no domingo à tarde. Foi um banho de água fria para todos.

No domingo eu ainda tinha um pouco de esperança de uma vitória, mas Tim Hardaway destruiu, acabou com qualquer esperança de vitória de Knicks e eu só lembro de seus arremessos de três caindo naquela triste tarde de domingo.

Ewing se esforçou, mas infelizmente não deu.


O Heat vira a série após estar perdendo por três a um e encarava o Chicago Bulls em uma das Finais de Conferência mais entediantes dos anos 90. Eu não digo que o Knicks iria eliminar o Bulls, nem que iria vencer um jogo, mas acho que seria mais empolgante até pelos tantos confrontos em playoffs entre os dois times.

O final da temporada todo mundo sabe...

No próximo texto: a temporada 1997-98, uma temporada que é pouco lembrada por torcedores, mas que eu nunca esqueço porque foi a primeira temporada que acompanhei do começo ao fim.

3 comentários:

  1. Eu sou ianda mais antigo: acompanho e torço para os Knicks desde pelo enos 1989/90

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Que legal Pedro! Viu muita cosia legal (algumas ruins também, mas dessas a gente não lembra hehe). Assistia pela Band?

      No youtube tem muitos jogos dos anos 80 e 90, to vendo vários jogos, aquele time de 1994 era demais, uma pena não ter sido campeão.

      Excluir
  2. Minha história é parecida com a sua, sou fanático do New York Knicks, meu sonho é um dia ir ao Garden asistir a um jogo do meu time, não sei o que acontece, mas quem é torcedor do Knicks é tomado por um sentimento inexplicável, todos meus amigos torciam para Lakers, Bulls, Celtics, Pacers eu quando assiti pela primeira vez o Knicks foi num jogo contra o Bulls que um cara chamado John Starks jogou demais aquela partida juntamente com Patrick Ewing e ganhamos, a partir disso escolhi este time pra torcer, Grande Abraço, Go Knicks, go!!!!!

    ResponderExcluir